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Autora: Julinda
01-10-81.
É de manhã surge o sol no horizonte
cachorro late fraco, galo canta
pra saudar mais um dia que nasce.
Mulheres reclamam,
crianças choramingam,
mas todos levantam.
Matronas balofas resmungando,
ajeitam no corpo os velhos trapos,
abrem as janelas que dão para o mundo.
Penteiam os cabelos,
vão pra cozinha,
fazer o café.
Homens rudes, magros e enrijecidos
apertam no corpo magro, o cinto
em calças desbotadas pelo tempo.
Pegam as marmitas,
cheias de nada,
e vão trabalhar.
Crianças mal nutridas se atrelam,
brigam pelo maior pedaço de pão
amanhecido, endurecido e ressecado.
Pegam as mochilas,
colocam nas costas,
e vão pra escola.
Mulatas faceiras saem cantando,
descem rebolando a íngreme ladeira,
mostrando o corpo vilmente explorado.
Vão para a bica,
buscar água limpa,
em latas enferrujadas.
Meio dia já é hora do almoço
angu e couve é o que nunca falta
comida fraca, quase sem gordura.
Sem vitaminas,
mal temperada,
sem gosto de nada.
Á tarde lavadeiras tagarelas
ensaboam a roupa encardida,
em bacias ou tanques mal cheirosos.
Nos varais amontoados,
os trapos se parecem
bandeirolas coloridas.
Na tarde poluída o sol enfumaçado
desaparece na linha do horizonte
os favelados sobem lentamente o morro.
O corpo está cansado,
músculos doloridos,
do trabalho pesado.
A noite lamparinas são acesas
pontinhos luminosos na escuridão
tal qual estrelas em noite de luar.
Tocando a viola,
os homens esquecem
das tristezas e dores.
Por fim todos vão se recolher
em camas rudes, colchões endurecidos,
sonhando com a felicidade inexistente.
Mas o sonho termina,
voltam à realidade
e tudo recomeça.
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